Vamos então averiguar algumas das medidas a serem tomadas

O problema da conservação dos recursos naturais e das relações do homem com a natureza e ambiente não se resolverá apenas com apelos à “boa vontade”, mas através de uma alteração profunda nos modos de produção e principalmente de distribuição dos bens, bem como a criação de novos hábitos de vida, i.e., uma nova relação do homem com a natureza (Sacarrão, 1991).

Propostas dos biólogos Paul e Anne Ehrlich, para inverter a tendência de perda de biodiversidade (Seitz, 1995):
1- controlo urgente da população humana nos locais em que a pressão populacional conduz à destruição do habitat;
2- estabelecidas grandes reservas, espalhadas pelo mundo inteiro, em áreas cuidadosamente seleccionadas, para permitir a preservação das espécies nos seus cenários naturais;
3- deve ser criada uma sociedade sustentável “ sociedade dedicada a viver dentro das coacções ambientais, em vez de crescer perpetuamente com o inútil objectivo de conquistar a natureza”.
Estes, solicitam que as nações ricas invertam o seu “desenvolvimento excessivo” e ajudem as nações mais carenciadas a preservar os seus habitats tropicais, dando-lhes ajuda e decretando novas políticas internacionais de comércio (Seitz, 1995).

Uma comunicação recente da Comissão Europeia sobre a conferência das políticas de desenvolvimento propõe um aumento dos fundos para a biodiversidade e o reforço da integração da biodiversidade na assistência ao desenvolvimento (Comissão Europeia, s.d.).

As tribos de florestas tropicais têm sido reconhecidas como detentoras de um saber importante, no que respeita a medicamentos naturais de plantas e de capacidades que lhes permitiram viver nas florestas sem as destruírem. Há também um reconhecimento crescente de que, se queremos preservar as florestas tropicais e a multiplicidade de espécies que estas abrigam, temos que possibilitar a sobrevivência aos povos indígenas que lá habitam. Se estes povos não conseguirem sobreviver, provavelmente a floresta também não o conseguirá. Se estes povos sobreviverem, eles ajudarão a proteger as florestas, que são os seus lares (Seitz, 1995).

Muitas das espécies dos trópicos ainda não foram estudadas por cientistas. Mas, com base na experiência do passado, crê-se que grande parte destas espécies desconhecidas contenham propriedades que poderiam beneficiar directamente os seres humanos (Seitz, 1995).

Assim, as principais medidas para a gestão das florestas tropicais deverão englobar :

1. Intensificação do combate à importação de madeira explorada de forma ilegal (Cendotec, 2004);
2. Promover a ecocertificação (Cendotec, 2004);
3. Reforçar inspecções na importação de madeira (Cendotec, 2004);
4. Promover a investigação científica, no sentido da monitorização da biodiversidade (integrando nestes os povos indígenas), para que seja possível implementar alternativas à exploração de madeira;


Comissão Europeia (s.d.). Cooperação internacional e biodiversidade. http://europa.eu.int/comm/external_relations/env/
Sacarrão, G.F. (1991). Ecologia e Biologia do Ambiente : As interdependências e o homem. Vol.2. Publicações Europa- América.